jolly roger

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Pirataria no Índico faz Regata Volta ao Mundo mudar regras e apelar para navio armado




O problema da pirataria marítima não atinge apenas os governos e a economia mundial, agora a preocupação é com os esportes aquáticos.

Uma das maiores provas de vela do mundo teve que ser refeita e reavaliada pelos seus organizadores pois os barcos que estão envolvidos nessa competição iriam passar pelas águas as quais os piratas somalis agem, isso fez com que os organizadores dessa prova tivessem que contratar um serviço especializado para transportar os barcos nas águas que são consideradas perigosas para a realização da prova.

Os barcos que participam dessa prova são os mais rápidos do mundo por isso a preocupação é muito grande, para os amantes desse esporte esta corrida é considerada a Formula 1 das corridas oceânicas.

Para evitar que algo aconteça devido as ações dos piratas, os barcos serão transportados dentro de um cargueiro até um porto seguro e secreto e de lá seguirão para Abu Dabi onde a prova deverá ser concluída.

“Segundo uma consultoria contratada pela regata, 1181 navegadores foram sequestrados por piratas só no ano passado. Calcula-se que, no mesmo período, mais de US$ 150 milhões tenham sido pagos em resgates.”

A organização pretende não ter nenhum problema com a pirataria porém é valido lembrar que o planejamento deve ser muito bem feito para que os ataques não aconteçam e que a prova possa ser finalizada com a maior segurança possível.


Fonte: http://sobreasaguas.blog.uol.com.br/arch2011-12-04_2011-12-10.html#2011_12-08_12_01_00-165753517-0

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A fome na Somália.

É estranho como as pessoas tratam a pirataria marítima como alguma coisa engraçada ou fora de nossa realidade.


Como eu sempre afirmo, este fenômeno sempre existiu e ao invés de nós encararmos isto como um fato sério, nós apenas damos as costas para este acontecimento fingindo que ele não tem nenhuma relação ou importância com a história da nossa civilização.

Faz algum tempo que parece que a fome na Somália e a situação das crianças nesse país se tornou uma “modinha” entre os veículos de comunicação. Quando você escuta ou lê algo sobre este assunto você fica com a sensação de que esta situação é algo recente, que nunca tinha acontecido antes na história daquele Estado e você fica indignado com tal situação.

Agora eu pergunto aos leitores. Porque você sente tal indignação ao saber da fome na Somália e não se sente indignado em relação a pirataria marítima?

Não que eu queira ser sádico, mas porque você não faz piadas sobre a fome na Somália e sobre a pirataria marítima você faz?

O fato é que a fome na Somália é apenas uma conseqüência dos fatores históricos que aconteceram neste Estado e como a pirataria marítima neste local vem se desenvolvendo, principalmente através dos clãs que praticam esta atividade, posso afirmar que a pirataria marítima é um importante fator a ser considerado quando falamos da fome na Somália.

Hoje em dia os maiores índices de pirataria na Somália são de pessoas que fazem parte de alguns clãs que dominam tal Estado, essas pessoas conseguem viver em boas condições, além de conseguir garantir a sua sobrevivência, o que é uma grande vantagem já que a Somália é tão mal estruturada que não consegue nem garantir as mínimas condições de sobrevivência para a população.

Tais clãs agem dentro da Somália de uma forma livre visando sempre o seu desenvolvimento e o crescimento da sua influência no Estado somali, para isso eles utilizam principalmente a pirataria marítima e a corrupção.

As famílias que não fazem parte de tais clãs são abandonadas a própria sorte, o que causa um grande nível de pobreza e fome, isto acontece pelo fato do governo somali não ter a legitimidade para tomar as ações necessárias para acabar com tal situação devido ao grande poder que os clãs exercem na política e no desenvolvimento da região.

Aproveitando a situação na Somália, a imprensa (inclusive internacional) chegou a citar que uma ajuda humanitária deveria ser enviada ao pais, outros veículos de comunicação chegaram a considerar uma invasão em tal Estado, desconsiderando assim que tais tentativas já foram feitas, porém não deram certo devido as ações e ao poder dos clãs que dominam a Somália.

O que ninguém considerou foi a possibilidade de haver um investimento em relação ao combate a pirataria marítima na Somália, o que iria causar um enfraquecimento de tais clãs tornando-os alvos mais fáceis de ser perseguidos e exterminados. Tal situação criaria um cenário favorável para as ações de uma possível ajuda humanitária que teria o objetivo de diminuir a pobreza no país.

O fato é que devemos parar de tratar o assunto como “modinha” e devemos realmente criar uma consciência sobre o problema da fome na Somália não nos esquecendo que isto é o produto da pirataria marítima que vem sendo realizada nesta região do globo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Pirataria marítima, um crime organizado


Historicamente a pirataria esta concentrada nos estados fracos, porém o conceito de Estado fraco pode ser muito relativo quando comparamos os diferentes tipos de poderes e relações que os Estados têm.

Ao analisarmos um Estado podemos considerar que ele é fraco quando ele não conseguem garantir a sua segurança interna e externa, não garantindo assim a vida e a propriedade dos seus habitantes. Este cenário é ideal para a formação e o desenvolvimento da pirataria marítima porque o poder marítimo de um Estado é apenas a extensão do seu poder territorial, logo quando tal Estado não consegue garantir a segurança e a ordem interna dificilmente ele conseguira manter uma organização competente nas suas águas.

Com tal desordem a chance de se formar algum grupo terrorista interno é muito grande, na verdade o que podemos notar é a formação de milícias internas que lutam para garantir os seus interessem dentro de um Estado e freqüentemente tais milícias utilizam a pirataria marítima para conseguir dinheiro e para demonstrar o poder que este grupo tem dentro do Estado.

Podemos notar que a pirataria marítima moderna é um crime organizado que esta concentrado nos Estados fracos e além das conseqüências econômicas internacionais que tal ato causa, ele ainda causa um elevado índice de corrupção interna que afeta a estrutura e a organização dos Estados.

Fonte: MURPHY, Martin N. Small boats, weak states, dirty money: Piracy and maritime terrorism in the modern world. New York: Columbia University Press, 2010.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Pirataria marítima no Brasil.

A maioria das pessoas acham que o Brasil esta livre da pirataria marítima ou que este fenômeno não acontece em nosso pais, porém a realidade é muito diferente e irei dedicar este artigo para demonstrar o tamanho dessa atividade dentro do Brasil.

Devemos nos lembrar que o Brasil tem aproximadamente 7.367 quilômetros de linha costeira, sendo uma das maiores costas do mundo, o que é bom para o desenvolvimento econômico do pais, porém tal característica pode ser extremamente desfavorável no âmbito da segurança interna e na organização portuária.

Vale salientar que segundo a Interpol o Brasil é o terceiro pais que mais favorece o crescimento e o desenvolvimento do crime organizado e é considerado um dos maiores e melhores lugares para a exportação de drogas, como a cocaína, para a Europa e Estados Unidos, isso acontece porque no Brasil existe um grande problema de segurança portuária e corrupção governamental o que criou um ambiente propicio para as ações dos piratas, que foram muito constantes nos anos 90.

Em 1995 ocorreram 17 ataques segundo o International Maritime Organization, neste mesmo ano devido ao auto índice de ataques e a demonstração de fragilidade da segurança interna foi decretado uma Comissão Nacional Publica da Segurança nos portos, terminais e vias marinhas, tal Comissão tinha o objetivo de obter diversas informações sobre as ações ilegais que estava acontecendo nas águas territoriais do Brasil e realizar algumas manobras de patrulhamento visando o desaparecimento da pirataria marítima.

Tal comissão não obteve muito resultado e o porto de Santos e do Rio de Janeiro ainda são considerados dois portos perigosos, principalmente o porto de Santos que em 2001 teve um aumento nos índices de ataques aos navios que carregam containeres.

Esta atividade também acontece em diversos rios do Brasil, por exemplo no rio Marajó, no estado do Pará (Região Norte do Brasil) foram contabilizados em média 65 assaltos por mês em 2008 quando não existia nenhum tipo de embarcação para realizar a segurança, com algumas lanchas improvisadas este número caiu para 30 assaltos por mês.

Apesar de acontecer alguns esforços para minimizar o número de ataques, é difícil de se pensar que o Brasil ira reduzir o número de ataques sofridos de uma maneira drástica utilizando apenas algumas lanchas. Na verdade para que esta atividade seja combatida é necessário que o Brasil se engaje em um organismo multilateral que seja específico para o combate da pirataria marítima, apenas dessa forma nós poderemos elaborar uma ação especifica e eficiente para combater a pirataria marítima.

Fontes:

GOTTSCHALK, Jack; FLANAGAN, Brian. Jolly Roger with an Uzi: the rize and the threat of modern piracy. Annapolis: Naval Institute Press,2000.

MURPHY, Martin N. Small boats, weak states, dirty money: Piracy and maritime terrorism in the modern world. New York: Columbia University Press, 2010.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A pirataria marítima no mundo.

Gostaria de agradecer a todos que leram o meu último post. Acredito que ele foi o artigo que deixaram as pessoas mais curiosas, porém eu fui muito questionado nas ultimas semanas sobre a existência da pirataria marítima, por isso neste post irei fazer uma breve descrição sobre os locais em que esta atividade se desenvolve e irei mostrar graficamente que esta é uma atividade que esta em ascensão, apesar da mídia e conseqüentemente das pessoas não darem muita atenção para este fenômeno.

Nos últimos anos os locais mais perigosos para o transito de navios foram o Estreito de Mallaca e as regiões que são de fácil acesso para os piratas somalis que são o Mar Vermelho e o Golfo de Aden.

Na região do Estreito de Mallaca esta situação esta mudando pois estão acontecendo diversas patrulhas que fez com que o número de ataques caísse de uma forma brusca. Tais patrulhas estão tendo um grande êxito no combate a pirataria marítima, mas é valido salientar que esta região ainda é muito vulnerável para o transito de navios e esta queda no índice de ataques foi obtida única e exclusivamente pelo policiamento que esta sendo realizado no local.

Em relação as áreas atingidas pelos piratas somalis pode-se dizer que a situação piorou, os ataques ainda são violentos e muito freqüentes. Estatísticas do IMB dizem que os piratas vindos da Somália estenderam a sua região de ação, agora eles também estão atacando no Mar Arábico e no Oceano Indico.

O IMB lista mais de quarenta Estados em todo o mundo onde ocorreram ataques piratas nesse ano, nesta lista encontra-se países da Ásia, América (do Norte, do Sul e Central), África e Europa. Tais dados são importantes para provar que a pirataria marítima existe em diversas regiões do mundo.( ICC INTERNATIONAL MARITIME BUREAU, 2011: 5)

Entre essas regiões, os locais que são considerados mais perigosos por diversos autores são : Mar do Sul da China, Filipinas, Tailândia, Indonésia, Guiné, Serra Leoa, Angola, Nigéria, Iran, Índia, Sri Lanka, Bangladesh, Indonésia, Singapura, Vietnam(GOTTSCHALK, FLANAGAN, 2000: 63-77).

Analisando o gráfico e os dados aqui fornecidos podemos concluir que a pirataria marítima esta em ascensão e afeta todo o Sistema Internacional. Devemos levar em consideração que este fenômeno acontece em diferentes graus de intensidade e violência, porém ele esta presente em todo o mundo, sendo obrigação da população mundial a conscientização e a criação de barreiras com o intuito de não permitir que a pirataria marítima moderna se desenvolva.



Fontes:

GOTTSCHALK, Jack; FLANAGAN, Brian. Jolly Roger with an Uzi: the rize and the threat of modern piracy. Annapolis: Naval Institute Press,2000.

ICC INTERNATIONAL MARITIME BUREAU.Piracy and armed robbery against ships: annual report 1 January-31 December 2008. London,2009.

ICC INTERNATIONAL MARITIME BUREAU. Piracy and armed robbery against ships: report for the period 1 January-30 March 2011. London,2011.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A morte de Osama Bin Laden e o aumento da pirataria marítima.




Após dez anos de perseguição e invasões, as forças armadas norte americano conseguiram localizar a pessoa mais procurada dos Estados Unidos.

Osama Bin Laden estava dentro de sua casa em Abbottabad, cidade a cerca de 60 quilômetros de Islamabad, quando o exército americano realizou a ação militar a fim de capturá-lo.

Esta ação foi feita sem a permissão do governo do Paquistão, logo os EUA negou a soberania do Paquistão e realizou uma invasão ilegal ao território paquistanês.

Após o lançamento de 5 mísseis na cidade, a casa foi invadia por vinte saldados Seals ( A elite da marinha norte americana) e cinco pessoas foram mortas na operação: Osama Bin Laden, um de seus filhos, um de seus irmão, um mensageiro e uma mulher que especula-se que seria a sua esposa.

Após os ataques o governo paquistanês foi criticado por ter ajudado Osama Bin Laden a se esconder em seu território, pois a cidade onde ele vivia esta cercada de quartéis e mesmo assim ele conseguiu viver naquela residência durante 5 anos.

A morte de Osama Bin Laden foi tão importante para o mundo que ela trouxe diversas reações políticas, algumas contra e algumas a favor da morte do terrorista.

O presidente Barack Obama fez um discurso sem sal e sem açúcar, para o norte americano desinformado exaltando os EUA como a nação escolhida por Deus para manter a paz mundial. Foi uma boa jogada política para garantir muitos votos.

O chanceler inglês parabenizou a atitude norte americana, falando na garantia da paz mundial. Com isso ele ratificou o seu apoio aos EUA.

No mundo árabe já aconteceram diversas manifestações contra a ação norte americana e a permanência de seu exército no Oriente Médio. Alguns grupos islâmicos como Hamas e Taleban lamentaram a morte de Osama e prometeram vingança.

Segundo John Brenner, diretor de segurança nacional e contra terrorismo, em entrevista dada na Casa Branca dia 2 de maio, o exército norte americano estava preparado para capturar Bin Laden com vida porém houve uma troca de tiros e ele acabou sendo morto. Ele continua dizendo que a inteligência norte americana estava perto de Bin Laden no ultimo mês e na última semana com a ajuda CIA eles conseguiram informações mais precisas sobre a localização de Osama. Tais informações permitiram que a casa de Osama Bin Laden fosse invadida na noite de domingo ( 1 de maio) em uma das ações mais corajosas dada por um presidente. John Brenner ainda disse que o corpo de Bin Laden foi sepultado de acordo com as leis islâmicas e foi lançado ao mar.

O fato é que esta morte serviu muito mais como uma representação simbólica da luta dos Estados Unidos contra o terrorismo do que uma “vitória” efetiva contra os terroristas.

Em relação as invasões feitas pelo exército norte americano pode-se dizer que pouca coisa ira mudar. Eles continuaram a ocupar diversas regiões do Oriente Médio tentando capturar os terroristas justificando suas ações como sendo uma “guerra ao terror”.

Podemos perceber que a morte de Bin Laden causou um desequilíbrio no Sistema Internacional, os governos estão com medo de sofrerem algum ataque terrorista que possa representar alguma vingança pela morte de Osama Bin Laden.

Podemos considerar que estamos vivendo em um período o qual os Estados estão voltados para a sua segurança interna, onde irá existir um auto grau de cooperação a fim de evitar algum ataque terrorista.

Este cenário é propicio para o aumento dos índices de ataques piratas contra os navios porque existe um sentimento de auto defesa contra o terrorismo, que é o fator predominante no cenário internacional que causa medo e insegurança para os Estados, além disso existe um” abandono” das medidas de segurança que não estão relacionadas ao terrorismo.

Para os leitores, curiosos, analistas políticos ou estudiosos da pirataria marítima moderna, vale a pena prestarmos atenção ao número de ataques que irá acontecer nos próximos meses pois eles irão representar um aumento em relação aos mesmos meses de anos anteriores.

Podemos justificar o aumentos no índice de ataques piratas através de alguns exemplos históricos, como o fim da Segunda Guerra mundial, o fim da Guerra Fria e o período após os ataques de 11 de setembro, períodos os quais o Sistema Internacional estava instável e o número de ataques aos navios aumentaram substancialmente.


Como dizem alguns professores: Fica ai a dica!!!


Fontes:

BRENNER, John. 2 de maio de 2011. Casa Branca. Entrevista concedida aos jornalistas norte americanos sobre a morte de Osama Bin Laden.

KONSTAM, Angus. Piracy: the complete history. Great Britain: Osprey Publishing, 2008

terça-feira, 26 de abril de 2011

Agente Smith o pirata do Matrix.



Neste post eu irei comentar sobre o agente Smith do filme Matrix e a pirataria marítima. Inicialmente podemos pensar que não existe nenhuma relação entre os dois objetos aqui tratados, porém ao longo do texto demonstrarei que ambos possuem diversas características em comum.

Como podemos notar no filme Matrix, o agente Smith era um erro na programação do sistema, ele era uma incógnita a qual o programador não conseguia resolver.Ao passar do tempo o agente Smith foi se tornando cada vez mais forte e influente no sistema, ao ponto de poder se reproduzir e querer tomar conta de todo o Matrix.

Como o agente a pirataria marítima é um erro sistêmico, porém não existe um programa para “deletar” este erro.

Inicialmente a pirataria marítima era um erro regional, onde os próprios impérios lutavam para que este erro sistêmico acabasse mas, como o agente Smith, a pirataria marítima pode ser fraca ou forte dependendo da situação do próprio sistema.

Outra característica em comum que podemos notar entre o agente Smith e a pirataria marítima é que quando ambos voltam a influenciar o sistema de uma maneira agressiva, ambos voltam causando muito mais danos do que da última vez, ou seja eles voltam mais agressivos, utilizando novas técnicas e um grau cada vez maior de violência.

No retorno da pirataria marítima ela demonstra-se mais hostil e violenta, atrapalhando a relação das colônias com as metrópoles no sistema que era chamado de mercantilismo. Como vimos o gente Smith e a pirataria voltam cada vez mais forte, logo este período pode ser chamado de idade de ouro da pirataria, devido aos grandes problemas que essa atividade causava.

Logo após este período houve um upgrade do Matrix, o sistema evoluiu e a pirataria apesar de estar presente pouco influenciou neste novo sistema vigente.

Como podemos ver no filme Matrix Revolution o agente volta mais forte e habilidoso, com uma gana cada vez maior pelo domínio do sistema.

Como o agente Smith a pirataria marítima também voltou, mas agora sua influência é muito maior e mais danosa para o sistema. Ela esta mais forte belicamente, tecnologicamente e politicamente, os alvos e as táticas são mais ambiciosos e a sua influência no sistema capitalista esta muito maior do que no antigo sistema.

Hoje em dia a pirataria marítima esta presente nas maiores vias marítimas do mundo, influenciando as transações comerciais e as relações entre os Estados, logo podemos considerar que estamos vivendo a idade de diamante da pirataria marítima.

O que nos resta agora é conscientizar os governos, ongs e a população sobre esse erro sistêmico ou podemos esperar um Neo para salvar o Matrix.

Fontes:

Matrix

Matrix Reloaded

Matrix Revolutions

KONSTAM, Angus. Piracy: the complete history. Great Britain: Osprey Publishing, 2008

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Barba Negra, o pirata demoníaco!




Em seus diversos ataques Edward Teach demonstrou ser uma das primeiras pessoas a utilizar a guerra psicológica. Os relatos dizem que ele era uma pessoa forte, alta, com cabelos longos e negros além de utilizar uma grande barba trançada. Tal aparência lhe dava um aspecto demoníaco. É dessa aparência rude e aparentemente grosseira que vem o apelido Barba Negra.

Além de sua aparência ele utilizava outros recursos para intimidar os oponentes que normalmente rendiam se aos ataques ou eram totalmente destruído pela sua tripulação.

Este trecho do livro “Piratas: Uma história geral dos roubos e crimes de piratas famosos: A política interna, a disciplina de bordo, as façanhas e aventuras de 19 criminosos célebres da Era de Ouro da pirataria (1717-1724)”, demonstra bem a aparência monstruosa do Barba Negra antes de um ataque: “Na hora da batalha, jogava nas costas uma cartucheira em cruz, com três coldres para pistolas. Nas abas do chapéu, amarrava fósforos e mexas acesas. Fazia o mesmo nas pontas das tranças da barba. Assim, sua face peluda e iluminada projetava um olhar ferino, transformando o pirata numa figura que desafiava a imaginação dos inimigos, sendo temida como expressão da fúria do inferno” (JOHNSON,2004, p.93)

Era hasteando a sua bandeira e com essa aparência demoníaca que o Barba Negra abordava os navios mercantes que normalmente rendiam-se para evitar uma batalha, onde provavelmente a tripulação sairia no prejuízo.

Barba Negra era considerado um dos piratas mais perigosos de seu tempo e não era um exemplo de cidadão cumpridor das leis, porém existe um grupo de pessoas que adorava a sua presença.

Enganados aqueles que estão pensando que o Barba Negra não chamava a atenção das mulheres. Apesar da sua aparência desleixada e assustadora as mulheres achavam ele uma pessoa extremamente encantadora e irresistível, ao ponto de ser cercado por algumas delas ao entrar em alguma loja ou taverna.(KLEIN, 2007:117).

Relatos contam que o governador da Carolina do Norte, Charles Éden, realizou uma cerimônia a bordo do Queen Anne´s Revenger, onde o Barba Negra casou-se com uma garota de 16 anos e que este seria o seu décimo quarto casamento.

Fontes:

JOHNSON, Charles. Piratas: Uma história geral dos roubos e crimes de piratas famosos: A política interna, a disciplina de bordo, as façanhas e aventuras de 19 criminosos célebres da Era de Ouro da pirataria (1717-1724). Porto Alegre: Artes e Ofícios ,2004.

KLEIN, Shelley. Os piratas mais perversos da historia. São Paulo: Planeta do Brasil,2007.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A vida e os grandes feitos de Edward Teach.


Edward Teach sempre foi reconhecido pelos seus atos de coragem e brutalidade, porém a peculiaridade de sua aparência lhe rendeu um apelido que com certeza o tornou um dos piratas mais conhecido de todos os tempos. “Relatos de testemunhas dizem que era um homem grande, alto, com longa barba negra que era enfeitada em tranças com fitas”.(COUTO,2006, p.61)

Nascido em Bristol na Inglaterra, Teach iniciou a sua vida marítima na Guerra de Secessão Espanhola servindo como corsário inglês, apesar das suas grandes habilidades ele nunca teve uma promoção o que o influenciou a iniciar uma vida como pirata. Com o fim da guerra começou a atacar os navios perto da Jamaica.

Em 1716 Teach conhece o capitão Bejamim Hornigold em New Providence, Bahamas e começa a realizar pilhagens muito lucrativas partindo sempre do porto de Nassau.

Em 1717 eles roubam um navio negreiro que saia da Guiné francesa e tinha como destino a ilha de Martinica. Este navio negreiro chamava-se Concorde e era de origem francesa.( o Concorde pesava entre 200-300 toneladas e possuía 14 armas.).

No mesmo ano, Hornigold resolve se entregar ao governo de Providence afim de obter um perdão do governo, o que o absolveria de todas as acusações de pirataria. Sozinho Edward Teach equipa o navio com 40 canhões e o batiza de Queen Anne's Revenge."... o Queen Anne´s Revenger, eriçada com 40 armas de fogo: era o mais poderoso navio de guerra nas águas das Carolinas"( BRYAN; KONSTAM, 2003, p.3)

No ano de 1718 Teach rouba diversos navios entre a Virginia e a Carolina do Norte, cidade a qual ficou aterrorizada quando a população conseguiu ver um ataque que Teach realizou contra o Crowley, um navio mercante comandado por Robert Clark.

Os seus ataques são tão lucrativos e eficientes que no mesmo ano Teach já era o capitão de uma pequena esquadra que foi assim descrita em uma carta enviada pelo governador de Bermudas para o Conselho de Comércio e Agricultura. “um de Tatch (Teach) com quem está o mestre Bonnett de Barbados, em um navio de 36 canhões e trezentos homens, juntamente com uma chalupa de doze canhões e 115 homens, e dois outros navios, em cujo total imagina-se haver mais ou menos setecentos homens”.

Com esta esquadra ao seu dispor Teach faz um bloqueio durante duas semanas em um dos portos mais movimentados das colônias do Sul, o porto de Charleston (Carolina do Sul). O resultado dessa ação foi o assalto de no mínimo oito navios mercantes. Nada foi feito para deter os navios de Teach porque ele fez Samuel Wragg (um membro do conselho municipal do porto) de refém que acabou sendo solto em troca de um armário de remédios.

Após sair da Carolina do Sul, Edward Teach vai para Ocracoke na Carolina do Norte e cria uma base em terra onde ele vive pacificamente com a sua mulher. Nesta região ele e seus navios bloqueiam a região de Baía de Pamlico (é uma lagoa localizada na costa Leste dos Estados Unidos que esta separada do Oceano Atlântico por alguns grandes bancos de areia e da acesso ao continente). Após o bloqueio todos os navios que quisessem entrar ou sair da Baía de Pamlico eram detidos pela esquadra, ou eles eram roubados ou eles deveriam pagar um grande tributo para poder passar.

Apesar de causar este alvoroço Teach não é capturado porque ele tinha negociado a segurança de sua frota com o governador da Carolina do Norte, Charles Éden, que era amigo de Teach. Charles Éden recebia parte da pilhagem e dos tributos arrecadados por Edward Teach e em troca oferecia uma grande proteção para o pirata na região, além de ignorar as reclamações feitas pela população e pelos navios mercantes que viviam naquelas região.

Ignorados pelo governador da Carolina do Norte, um grupo de moradores da cidade da Bath, que constantemente era atacada pelos piratas além de ser a cidade onde os piratas cometiam as mais diversas atrocidades como escândalos, bagunças e festas, foi conversar com o Governados da Virginia, Alexander Spotswood para pedir que alguma atitude fosse tomada.
Mediante o pedido da população de Bath, Spotswood convoca uma assembléia e oferece uma recompensa para aquele que conseguir capturar qualquer pirata no período de um ano.

No dia 17 de novembro de 1718 o capitão Robert Maynard sai de Kicquetan no rio James na Virginia, comandando dois navios, o Lime e o Pearl e vai para Ocracoke com o objetivo de capturar Teach.

Dia 21 ele avista a esquadra de Teach e inicia uma sangrenta batalha que termina com a prisão de 15 piratas e com a morte de Edward Teach.

Orgulhoso de ter ganho a batalha, Maynard corta a cabeça de Teach e volta para Virginia com sua cabeça pendurada no bico da proa de seu navio.Como prêmio por ter conseguido acabar com a esquadra de um dos maiores piratas da história a tripulação dos navios ficou com a carga que estava com Teach, 2500 libras e mais algumas recompensas que foram pagas pelo governador da Virginia.

Fontes:

BRYAN, Tony; KONSTAM, Angus. The Pirate Ship 1660-1730. Great Britain: Osprey Publishing, 2003

COUTO, Sergio Pereira. A história secreta dos piratas. São Paulo: Universo dos livros,2006.

JOHNSON, Charles. Piratas: Uma história geral dos roubos e crimes de piratas famosos: A política interna, a disciplina de bordo, as façanhas e aventuras de 19 criminosos célebres da Era de Ouro da pirataria (1717-1724). Porto Alegre: Artes e Ofícios ,2004.

KLEIN, Shelley. Os piratas mais perversos da historia. São Paulo: Planeta do Brasil,2007.

MORETTI, Fernando. Piratas: uma história secreta. São Paulo: Editora Escala,2010.

quinta-feira, 10 de março de 2011

International Maritime Bureau




Em 1981 foi criado o International Maritime Bureau (IMB) que é uma extensão da International Chamber of Commerce (ICC) que é um órgão que tem como objetivo o aumento e o desenvolvimento do comércio mundial.

O IMB é uma organização não governamental fundada com o objetivo de lutar contra todos os tipos de crimes marítimos afim de garantir que todas as transações comerciais possam acontecer sem nenhum tipo de problema. Para atingir este objetivo, este órgão realiza alguns estudos sobre os locais mais afetados pela pirataria e traça estratégias visando a diminuição da vulnerabilidades dos navios, além de oferecer um serviço de autenticação de documentos, cursos e consultorias.( International Maritime Bureau)

Devido ao número de ataques que vem crescendo a cada ano e pensando na eficiência de seus serviços o IMB fundou o Piracy Reporting Centre (PRC) em 1992. Este centro esta localizado em Kuala Lumpur na Indonésia e rapidamente se tornou uma referência quando o assunto é o combate à pirataria marítima.(Murphy, 2007:21).

O objetivo do PRC é funcionar como um primeiro contato entre o navio e uma instituição que combata a pirataria. Este contato pode ser feito para reportar um ataque, um movimento suspeito ou alguma tentativa de ataque. Após receber as informações enviadas pelo navio, o PRC ira tomar as medidas cabíveis para prevenir ou ajudar o navio a não ser atacado “O PRC trabalha com vários governos e agências de segurança pública e esta envolvido na troca de informações, na tentativa de reduzir e finalmente erradicar esse crime.”(IMB Piracy Reporting Centre)

Este centro fica aberto vinte e quatro horas e realiza diversas atividades gratuitas a fim de alertar os navios quais são as regiões onde a pirataria marítima é mais intensa. Os principais serviços oferecidos pelo PRC são:
· Elaboração de relatórios diários sobre a situação de pirataria e assaltos à mão armada a navios transmissões Cia do Inmarsat-C cérvice SafetyNET
· Reportar pirataria e assaltos à mão armada em incidentes no mar para aplicação da lei e do IMO
· Ajudar a lei local a prenderem piratas e acompanhá-los a justiça
· Assistir aos membros da tripulação cujos barcos tenham sido atacados
· Fornecer atualizações mensais sobre atividades de pirataria via internet
· Publicar relatórios trimestrais e anuais abrangendo estatísticas detalhadas sobre pirataria. (ICC INTERNATIONAL MARITIME BUREAU. Piracy and armed robbery against ships: annual report 1 January-31 December 2008, 2009, p.2)

Apesar de funcionar apenas com contribuições voluntárias, podemos perceber que o IMB Piracy Reporting Centre realiza diversos trabalhos visando acabar com a pirataria marítima, porém para que os seus objetivos possam ser alcançados é necessário que as pessoas, as organizações internacionais e principalmente os governos dêem mais importância para esse instituto que recebe pouco reconhecimento pelas suas grandes ações. “Graças ao financiamento que recebe, o PRC tornou-se o principal rastreador de pirataria do mundo, mesmo que não pareça”(SEKULICH,2009:84).

Fontes:

ICC INTERNATIONAL MARITIME BUREAU. Piracy and armed robbery against ships: annual report 1 January-31 December 2008. London,2009.

IMB Piracy Reporting Centre. Disposto em http://www.icc-ccs.org/home/piracy-reporting-centre. Acesso em 9/03/2011

International Maritime Bureau.Disposto em http://www.icc-ccs.org/home/imb. Acesso em 9/03/2011

MARCHESE, Bruno Horvath. Pirataria marítima, um fenômeno histórico que afeta os Estados e suas relações, São Paulo, FAAP, 2009, 95p.

MURPHY, Martin N. Contemporary piracy and maritime terrorism. London: The International Institute for Strategic Studies, 2007

SEKULICH, Daniel. Os piratas do século 21: terror nos mares. São Paulo: Landscape, 2009. Tradução: Isabel Alves.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

International Maritime Organization.



No último post citei duas definições sobre o conceito de pirataria marítima, agora separei um espaço para falar sobre as duas agências citadas e quais são as atividades que elas realizam para combater a pirataria marítima.

Iniciarei falando sobre o IMO (International Maritime Organization) que foi fundado em Genebra no ano de 1948 com o objetivo de fomentar e incentivar a cooperação entre os diversos Estados através de regulamentações e padrões que possam garantir a segurança marítima e a eficiência do transporte naval.

Para que esta agência consiga atingir o seu objetivo ela conta com a participação de 167 países, além de ser uma agência ligada a ONU. Um importante aspecto dessa agência é que todas as suas ações são tomadas através de um consenso entre os países membros, o que demonstra uma legitimidade e uma efetividade em suas ações.

O IMO iniciou as atividades contra a pirataria em 1998 através de reuniões que foram feitas com alguns lideres de governo e algumas análises que tiveram como objetivo a promoção de acordos entre os governos para que eles possam desenvolver algumas ações contra a pirataria marítima.

Esta iniciativa de promover a cooperação entre os Estados acabou causando diversos resultados. Os principais resultados dessa cooperação foi a criação de alguns acordos regionais, porém os mais importantes foram:

*A criação do Regional Cooperation Agreement on Combating Piracy and Armed Robbery against ships in Asia (RECAAP) que é um acordo entre 16 Estados asiáticos que esta baseado em três pilares que são: Compartilhamento de informações, Capacidade de Construção e Arranjos Cooperativos.

*A criação do Código de Conduta Djibouti que visa reprimir as ações dos piratas que agem no Oceano Índico Ocidental, Golfo de Aden e no Mar Vermelho. Os objetivos desse acordo é facilitar a comunicação entre os Estados, melhorar as condições dos Estados para que eles estejam melhores preparados para deter as ações dos piratas, prender e processar os piratas, garantir uma consciência marítima nos Estados onde existe um grande número de piratas e melhorar a capacidade das guardas costeiras.

Sabendo que a pirataria marítima é um problema que afeta todos os Estados do Sistema Internacional o IMO pretende realizar algumas ações para diminuir drasticamente a ação dos assaltantes. Para isso ela ira incentivar algumas ações na Somália através do Conselho de Segurança da ONU, o Escritório Político da ONU em relação a Somália, o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e o Grupo de Contato sobre a pirataria na Somália.

As ações multilaterais que são promovidas pelo IMO são as mais apropriadas para combater a pirataria e se um dia esse problema for extinto com certeza será através das ações de diversos Estados que irão agir com o mesmo objetivo.

Fontes:

INTERNATIONAL MARITIME ORGANIZATION. Piracy and armed robbery against ships. Disposto em http://www.imo.org/OurWork/Security/PiracyArmedRobbery/Pages/Default.aspx. Acesso em 23/02/2011

MARCHESE, Bruno Horvath. Pirataria marítima, um fenômeno histórico que afeta os Estados e suas relações, São Paulo, FAAP, 2009, 95p.

RECAAP ISC. About Recaap isc. Disposto em http://www.recaap.org/index_home.html. Acesso em 23/02/2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Os conceitos de pirataria marítima moderna.




Para que a pirataria marítima moderna possa ser combatida de uma melhor forma é importante que se defina o que é a ação de um pirata.

O conceito de pirataria marítima apesar de ser aparentemente simples ainda é muito discutido(podemos dizer que a pirataria marítima nada mais é do que qualquer ação contra a lei que é feita no mar). Para entendermos melhor as ações dos piratas deveríamos encontrar uma definição mais exata sobre estas ações. Este assunto é tão importante que em 2006 a Casa dos Comuns do Reino Unido da comissão de transportes reportou que é importante que se ache alguma definição única para que se possa classificar os incidentes violentos que ocorrem nos mares porque tal classificação pode ser muito confusa.

Para melhor entendermos este fenômeno devemos nos conscientizar que para esta atividade possa acontecer existem alguns fatores específicos. Um ato de pirataria marítima sempre visa a obtenção único e exclusiva de dinheiro, existe uma fraqueza legal e jurisdicional no Estado, a geografia é favorável, normalmente o Estado esta sofrendo com algum conflito ou alguma desordem, as leis não são executadas adequadamente, existe uma política do meio ambiente permissiva, aceitação cultural e existe uma recompensa para as pessoas que se arriscam nesta atividade.

A partir dessas características vários escritores deram a sua definição sobre este ato, como exemplo podemos citar duas definições encontrado no livro “Contemporary piracy and maritime terrorism: The threat to international security” de Martin N. Murphy, o primeiro é de um jurista britânico que diz “a pirataria é qualquer violência armada no mar que não é um ato legitimo de guerra” e a definição de J.L Anderson que caracteriza “a pirataria como um subconjunto da violenta depredação marítima que não é parte de uma guerra declarada ou reconhecida”.

Entre as varias definições de pirataria marítima existem as duas mais utilizadas, que apesar de ser as mais importantes e as melhores ainda apresentam uma importante divergência entre elas.

A do IMB (International Maritime Bureau) que considera pirataria qualquer tentativa de ataque realizada contra navios, independente se o navio esta dentro ou fora da jurisdição de um Estado e diz: “Um ato de abordagem ou de tentativa de abordar qualquer navio com a intenção de cometer roubo ou qualquer outro crime e com a intenção de usar a força na execução do ato”(ICC INTERNATIONAL MARITIME BUREAU, 2009, p. 3)

E a do IMO (International Maritime Organization) que estabelece que um ato de pirataria acontece apenas fora da jurisdição de um Estado, e diz que as “Definições de pirataria consistem nos devidos atos: a) qualquer ato ilegal de violência ou detenção ou qualquer ato de depredação cometido por fins privados pela tripulação ou passageiros de um navio privado ou uma aeronave privada, e diretamente (i) no alto mar, contra outro navio ou aeronave ou contra pessoas ou propriedades a bordo de tal navio ou aeronave (II) contra um navio, aeronave, pessoas ou propriedades em algum lugar fora da jurisdição de qualquer Estado;(b) qualquer ato voluntário de participação na operação de um navio ou uma aeronave com o conhecimento dos fatos o tornando um navio pirata ou aeronave pirata; (c) qualquer ato de incitar ou intencionalmente facilitar o ato descrito nos subparágrafos (a) e (b" (INTERNATIONAL MARITIME ORGANIZATION.)

É neste cenário de divergências conceituais que os Estados, as Ong´s e as instituições tentam combater este problema de difícil solução.

Fontes:

ICC INTERNATIONAL MARITIME BUREAU. Piracy and armed robbery against ships: report for the period 1 January-30 June 2009. London,2009.

INTERNATIONAL MARITIME ORGANIZATION. Piracy and armed robbery against ships. Disposto em http://www.imo.org/OurWork/Security/PiracyArmedRobbery/Pages/Default.aspx. Acesso em 9/02/2011

MURPHY, Martin N. Contemporary piracy and maritime terrorism. London: The International Institute for Strategic Studies, 2007

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A importância da pirataria marítima e o seu combate na Somália – Parte 2




Como escrevi anteriormente, na segunda parte da resenha eu falarei sobre as operações que foram e que estão sendo realizadas na Somália, segundo o texto “O regresso em força da Pirataria Marítima” do Capitão-de-Fragata Henrique Peyroteo Portela Guedes.

Considerando o grande perigo das ações dos piratas na Somália a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) efetuou diversas ações na região do Chifre da África e é importante relatar essas operações para os leitores com o objetivo de conscientizar as pessoas de que hoje em dia estão acontecendo algumas ações contra a pirataria, apesar de pouco se comentar sobre o assunto.

O Organismo Internacional começou com a operação Allied Provider que aconteceu entre 24 de outubro a 12 de dezembro de 2008 no Mar Arábico e teve como objetivo garantir a entrega de 30.000 toneladas de ajuda humanitária à Somália que foram entregues por navios do "Programa Alimentar Mundial" da ONU, esta operação foi feita através das ações de diversos países como Itália,Grécia, Turquia e Reino Unido. Após está ação aconteceu a operação "Allied Protector” que foi uma ação multilateral envolvendo : Portugal, Alemanha, Holanda, Espanha, Polônia, Noruega, Dinamarca, Reino Unido e Estados Unidos. Tais Estados juntaram alguns de seus navios desde 23 de Janeiro de 2009 e formaram uma coalizão para aumentar a segurança nas rotas comerciais na área do Chifre da África através de treinamentos em conjunto e operações que visão a proteção dos navios mercantes. Graças as técnicas de patrulha e o grande poderio naval que foi utilizado, essa operação deu certo e com isso ela será expandida e será realizada ate o ano de 2012 com o nome de Ocean Shield.

Uma outra operação, batizada de “Atalanta”, foi iniciada no dia 13 de dezembro de 2008 e envolve países como o Reino Unido, a França, a Grécia, a Suécia, a Espanha, a Holanda, a Alemanha, etc. Ela representa uma grande evolução no combate a pirataria porque é a primeira vez a União Européia toma alguma atitude para combater este tipo de crime e para isso ela esta tratando o assunto como sendo parte da Política Européia de Segurança e de Defesa, o que demonstra mais uma vez a importância do combate da pirataria marítima moderna. Os principais objetivos dessa operação é proteger os navios mercantes que passam pela região da Somália, atuando na prevenção, dissuasão e repressão dos assaltantes da região; e proteger os navios do "Programa Alimentar Mundial" que tem como objetivo alimentar a população da Somália.

Fontes:

GUEDES, Henrique Peyroteo Portela. O regresso em força da Pirataria Marítima. Revista da marinha, 2009. Disposto em http://www.revistademarinha.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1154:o-regresso-em-forca-da-pirataria-maritima&catid=104:marinha-de-guerra&Itemid=293. Acesso em 20/01/2011.

MARCHESE, Bruno Horvath. Pirataria marítima, um fenômeno histórico que afeta os Estados e suas relações, São Paulo, FAAP, 2009, 95p.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A importância da pirataria marítima e o seu combate na Somália – Parte 1

Esta resenha que eu elaborei é baseada no texto “O regresso em força da Pirataria Marítima” escrito pelo Capitão-de-Fragata Henrique Peyroteo Portela Guedes e foi publicado no site da Revista da marinha. Devido ao tamanho do texto original decidi postar todo o conteúdo em dois posts para facilitar o entendimento.

Na primeira parte farei um panorama geral da situação da pirataria marítima no mundo e comentarei sobre a importância de se combater esta atividade, além de localizar e pontuar os principais pontos de origem da pirataria na Somália. No segundo post irei resenhar sobre as principais ações que ocorreram na Somália.Vale lembrar que esses dois posts serão uma resenha do texto original.

Dos tempos antigos ate a modernidade, a maioria dos produtos que são comercializados no mundo são entregues utilizando o transporte marítimo. Com o passar do tempo este tipo de transporte foi se tornando cada vez mais importante devido ao aumento dos produtos comercializados e do valor dos produtos que são transportados pelos navios, porém o fenômeno da pirataria marítima sempre acompanhou o desenvolvimento do comércio internacional e seria um ato muito ingênuo da comunidade internacional não considerar este fenômeno.

Desde a antiguidade os piratas tentam dominar as rotas marítimas com o intuito de roubar as riquezas que os navios comerciais transportavam. Um dos ataques mais antigos que se tem data foi realizado em 78 aC e já mostrava a audácia dos piratas que agiam naquela época. Neste ataque os piratas abordaram o navio do imperador Romano Julio César que estava a caminho da ilha de Rhodes (Grécia). Os piratas abordaram o navio e seqüestram o imperador que foi solto após o pagamento do resgate, porém após algum tempo os romanos acharam os piratas responsáveis e eles foram mortos pelo navios do império.

A pirataria marítima nasceu no Mar mediterrâneo e acabou migrando para os oceanos Atlânticos,Índicos e Pacifico ao mesmo tempo que foi passando por diversas fases, algumas delas de intensa atividade como a idade de ouro da pirataria, e algumas de calmaria como no século XIX onde existem poucos relatos das ações dos piratas, porém no começo dos anos 80 a pirataria marítima começou a crescer novamente.
Hoje em dia pode-se considerar que 90% do comércio realizado pelos Estados é feito através de navios. Este tipo de atividade envolve mais de 50.000 navios mercantes que são tripulados por cerca de 1 milhão de pessoas de diferentes lugares e que diariamente carregam cerca de 12 a 15 milhões de containers.Com esses dados podemos compreender facilmente que sem o comércio marítimo dificilmente os Estados conseguiriam se sustentar no âmbito econômico.

Um dos principais motivos para o desenvolvimento da pirataria marítima é a fraca vigilância no alto mar e as medidas de segurança nas áreas portuárias que são ineficientes na maioria dos Estados. Estes fatores criam um ambiente propício para as ações dos piratas, o que acaba representando uma ameaça crescente para a segurança marítima e pára o comércio mundial, que como vimos esta altamente ligado ao desempenho econômico dos Estados, por tanto a pirataria marítima existe e é muito importante nos dias de hoje.

Levando estes fatores em consideração e considerando alguns estudos feitos pelo o International Maritime Bureau (IMB), pode se dizer que a pirataria marítima moderna esta se tornando um fenômeno de escala mundial, que esta concentrado na África, sudeste Asiático, Subcontinente Indiano, centro e sul da América e Caribe. Tais estudos ainda comprovam que entre o ano de 1998 ate 2007, podemos destacar as águas da Indonésia, do Estreito de Malaca, da Malásia e do Estreito de Singapura como sendo o lugar mais perigoso do mundo, seguido do Subcontinente Indiano, de países como Bangladesh, a Índia e o Sri Lanka. No ano de 2008 a parte do mundo que foi considerada mais perigosa foi o Chifre da África ou seja a região noroeste do continente africano, onde esta localizada a Somália, o Djibuti e a Eritreia. Vale ressaltar ainda que na região da Somália os ataques tem uma forte queda no período que vai de Dezembro a Março e Junho a Setembro, que é o período das monções.(Neste período as condições climáticas são tão ruins que os piratas não conseguem navegar com as suas pequenas embarcações.)

Como estão organizados os piratas na Somália.

Na Somália existem diversos clãs que são responsáveis por coordenar as atividades de pirataria na região, tais clãs estão situados especificamente em duas regiões: na região de Puntland a nordeste, mais especificamente no distrito de Eyl, Boosaaso, Qandala, Caluula, Bargaal e Garaad, que é dominada pelo clã Darrod que concentram as suas ações no Golfo de Aden; e na região de Mudug que pertence ao clã Hawiye que agem no Oceano Indico partindo dos distritos de Harardheere e Hobyo.

Legenda: Em branco região dominada pelo clã Darrod - Em vermelho região dominada pelo clã Hawiye

Fontes:

GUEDES, Henrique Peyroteo Portela. O regresso em força da Pirataria Marítima. Revista da marinha, 2009. Disposto em http://www.revistademarinha.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1154:o-regresso-em-forca-da-pirataria-maritima&catid=104:marinha-de-guerra&Itemid=293. Acesso em 20/01/2011.

MARCHESE, Bruno Horvath. Pirataria marítima, um fenômeno histórico que afeta os Estados e suas relações, São Paulo, FAAP, 2009, 95p.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Entre corsários e bucaneiros.


Já expliquei especificamente o que é um pirata porém como disse os autores utilizam diferentes denominação para o ato de roubar navios e neste poste explicarei alguns desses termos que são muito úteis quando se trata de assalto a navios.

Iniciarei escrevendo sobre os corsários. A palavra corsário vem do latim medieval cursarius que acabou sofrendo algumas modificações e transformou-se na palavra espanhola corsário.

As ações dos corsários eram muito parecidas com as ações dos piratas. A autora Shelley Klein em seu livro “Os piratas mais perversos da historia” diz que a única diferença entre um corsário e um pirata era que o corsário levava com ele uma carta de corso.

Este documento era emitido por um governante e nele estava escrito que tal capitão poderia atacar o navio mercante de determinado Estado e caso ele fosse capturado este capitão e a sua tripulação não poderia ser julgada como um pirata segundo o direito internacional. Pode-se concluir que este era um pacto bom para os dois lados. Para os Estados que utilizavam os corsários para obter enriquecer de uma forma ilegal e para os capitães dos navios que poderiam ganhar dinheiro sem correr o risco de acabar sendo presos pelo resto da vida ou enforcados em um cais.

A seguir disponibilizarei um trecho de uma carta de corso, dada ao navio Liverpool no dia 19 de novembro de 1812 o qual era comandado pelo capitão Caleb Seely, encontrada no livro “Os piratas do século 21: Terror nos mares” do autor Daniel Sekulich:

“... uma Carta de Corso e represálias emitidas pela Alta Corte do Almirantado para o comandante Caleb Seely do Liverpool Packet Burthern com cerca de 67 toneladas, cinco canhões para projéteis de 12,6 e 4 libras de peso e tripulada por trinta homens. O mencionado Caleb Seely é comandante para apreender, seqüestrar e tomar navios, embarcações e bens pertencentes aos Estados Unidos da América ou a quaisquer pessoas súditas da França, segundo autorização e instrução supramencionadas de Sua Majestade”

Um termo muito encontrado nos livros é o termo “privateer” que é utilizado quando um governo dava a autorização de um navio particular a atacar outros navios. Normalmente os governos utilizavam esta tática para destruir os navios inimigos, muitas vezes a pilhagem ficava com o próprio dono do navio, o Estado estava realmente interessado em diminuir o poder naval de um outro Estado.

Outro denominação muito utilizada é a palavra bucaneiro, que tem a sua origem no francês boucan que significa churrasco. Os bucaneiros eram os piratas que roubavam os navios nas Antilhas nos séculos XVI e XVII, eles receberam esta denominação porque eles se alimentavam de alguns animais selvagens que viviam nessas ilhas, principal mente dos porcos selvagens que eram assados e curados.

O termo flibusteiro é muito pouco utilizado, porém existe e é utilizado pelos autores para identificar os ladrões que agiam na América entre os séculos XVII e XVIII. Segundo o dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira de 1986 o termo flibusteiro vem ““Do hol. Vrijbuiter, pelo ingl. Freebooter e pelo fr. Fribustier, flibustier.”

Vale ressaltar que a pirataria não é um fenômeno que acontece apenas nos mares da América e no mar Mediterrâneo. Apesar de não ter mais encontrado esta palavra em nenhum livro, a autora Shelley Klein chama os piratas chineses da antiguidade de ladrones no livro “Os piratas mais perversos da historia”.